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Ambientes barulhentos: 5 dicas para ajudar a criança autista nesses locais

Os ambiente barulhentos para crianças autistas, podem ser extremamente desafiadores. Nas festas de finais de ano, em família, aniversário de amigos, parquinhos ou até mesmo na igreja, pode ser uma grande barreira para elas, podendo desencadear choros e crises, tendo dificuldades de permanecer no local, causando um significativo desespero na família que muitas vezes nem sabe mais o que fazer. Não é mesmo? Mas o que nós sabemos é que esse comportamento não é uma simples escolha da criança, pois o barulho excessivo pode causar desconforto, ansiedade e dificuldades de concentração.

No entanto, existem estratégias eficazes que podem ajudar a tornar esses ambientes mais toleráveis e proporcionar uma experiência mais tranquila para as crianças autistas. Neste post, compartilharemos algumas dicas valiosas para ajudar pais, cuidadores e educadores a facilitar a regulação das crianças autistas em ambientes com muitos sons. Bora lá?

  1. Identifique os gatilhos sonoros: Cada criança autista é única, e é importante identificar quais sons específicos podem ser gatilhos para elas. Observe atentamente as reações da criança e tente identificar quais sons a incomodam mais. Pode ser o som de uma sirene, música alta, som do aspirador ou mesmo o choro e grito de outras crianças. Ao conhecer os gatilhos sonoros, você poderá tomar medidas para minimizar o impacto desses sons, evitando se aproximar diretamente desses sons ou fornecer recursos para a criança comunicar que não quer permanecer por ali quando estiver saturada.
  2. Use protetores auriculares: Protetores auriculares podem ser uma ferramenta eficaz para ajudar as crianças autistas a lidar com ambientes barulhentos. Eles reduzem o volume dos sons ao redor, proporcionando um ambiente mais calmo e tranquilo. Existem diferentes tipos de protetores auriculares disponíveis, desde os mais simples até os mais avançados, com cancelamento de ruído. Experimente diferentes opções para encontrar a que melhor se adapta às necessidades da criança.
  3. Crie um espaço seguro: Ao estar em ambientes com muitos sons, é importante que a criança autista tenha um espaço seguro onde possa se retirar e se acalmar. Isso pode ser uma sala tranquila, um cantinho aconchegante ou até mesmo um abraço reconfortante. Ter um espaço seguro permite que a criança se sinta protegida e ajuda a reduzir a ansiedade causada pelos estímulos sonoros.
  4. Use estratégias de antecipação: Antecipar e preparar a criança para ambientes barulhentos pode ajudar a reduzir o impacto dos sons. Explique o que ela pode esperar, fale sobre os sons que podem estar presentes e discuta maneiras de lidar com eles. Isso ajuda a criança a se sentir mais preparada e menos ansiosa diante dos estímulos sonoros.
  5. Utilize técnicas de relaxamento: Ensine à criança autista técnicas de relaxamento que possam ser utilizadas em momentos de desconforto causados por sons altos. Isso pode incluir exercícios de respiração profunda, visualização guiada ou até mesmo o uso de brinquedos sensoriais, como os famosos pop-it, spinner e outros fidget toys. Essas técnicas ajudam a criança a se acalmar e a lidar de forma mais eficaz com o excesso de estímulos sonoros.

Ambientes barulhentos podem ser desafiadores para crianças autistas, mas com as estratégias certas, é possível ajudá-las a lidar com essas situações de forma mais tranquila. Conhecer os gatilhos sonoros, utilizar protetores auriculares, criar um espaço seguro, antecipar os estímulos sonoros e ensinar técnicas de relaxamento são algumas das dicas que podem fazer a diferença.

Lembre-se de que cada criança é única, portanto, é importante adaptar as estratégias de acordo com as necessidades individuais. Com apoio e compreensão, podemos ajudar as crianças autistas a se sentirem mais confortáveis e seguras em ambientes com muitos sons.

Quer saber mais sobre esse assunto? Assista um vídeo completo sobre hipersensibilidade auditiva aqui.

Darda Azevedo

Darda Azevedo

Musicoterapeuta Especialista em Desenvolvimento Infantil

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Sempre fui muito encantada com a pureza das crianças. Desde a minha infância dedicava minha atenção para ajudá-las na igreja que eu frequentava. Criava aulas criativas, canções e muitas brincadeiras para interagir. Nesse momento eu já sentia que iria trabalhar em algo que envolvesse isso. Ainda nesse período, descobri a música como uma paixão latente que foi aflorando ao longo do tempo até que comecei a estudar violino, já na minha adolescência. Ali eu tive certeza que queria poder usá-la como um futuro trabalho. Na minha escola tivemos aqueles testes de profissão, onde eu ouvi falar pela primeira vez em Musicoterapia. Meu coração bateu mais forte naquele momento, onde tudo pareceu fazer sentido. 

A partir dali comecei a minha jornada em busca dessa profissão, que se inicia em 2008 com a Licenciatura em música na cidade de Cascavel, com alguns percalços no caminho até enfim chegar a Curitiba para fazer a graduação em Musicoterapia em 2015. Por forças maiores tive que optar em parar e finalizar pela especialização em 2017. Mas desde o início da minha vida profissional, em 2012, comecei a atuar em escolas que estavam iniciando o processo de inclusão. Pra mim foi fascinante descobrir o desenvolvimento atípico ali dentro. Mal sabia quais eram os diagnósticos que estavam em minha sala de aula. Mas eu sempre observava algumas crianças que tinham essas diferenças no desenvolvimento e criava oportunidade de interagir e integrá-las na turma. 

Assim, foram-se passando alguns anos, tive experiências em outras escolas e descobri que minha paixão era o desenvolvimento atípico. Em 2013 me mudei para Ponta Grossa e fiquei ali por um ano. Nesse período simplesmente decidi que queria trabalhar com crianças autistas. Não fazia ideia do que era o TEA ainda e tinha uma visão muito estereotipada. Daquelas em que achamos que a criança “vive no mundinho dela”, “não gosta de interagir” ou mesmo “que são todas parecidas”, eu não entendia quase nada sobre isso, mas estava muito disposta a aprender. Mandei meu currículo para uma instituição educacional da prefeitura que atendia um público autista infanto-juvenil. Me aceitaram para que eu iniciasse o trabalho de musicalização com as crianças do local. Foi maravilhoso, pois o meu primeiro contato direto com esse público, se deu ali. Nessa instituição aprendi muito, comecei a expandir muito meu pensamento fechado, e graças a minha curiosidade aguçada, busquei compreender e quebrar os paradigmas colocados pela sociedade que não vivencia a neuro divergência de perto.

Enfim, chegando em Curitiba, já busquei uma instituição que me desse a oportunidade de continuar trabalhando com autismo. Encontrei! Foi muito importante pra mim, pois aprendi muito nesse lugar. Entendi que o autismo é um grande espectro, que existem formas eficientes de estimulação do desenvolvimento. Nesse local trabalhava inicialmente com atendimentos grupais, então comecei a analisar técnicas para tornar meus atendimentos mais eficientes, fui criando estratégias e estruturando minhas aulas para que o grupo inteiro fosse beneficiado e não apenas fazer atividades musicais de entretenimento. Eis que houve um momento que o trabalho de grupo foi dissociado para trabalho individual com cada criança, e aí foi o pulo do gato para que eu entendesse e que apesar de terem os critérios diagnósticos parecidos, cada pessoa é única e possui seu jeitinho próprio, que devemos compreender essas diferenças. Vários questionamentos surgiram em minha cabeça que me ajudaram a compreender as 5 estratégias musicais para trabalhar com autismo. O meu primeiro curso… 

Hoje em dia estou focando em compartilhar todo o conhecimento adquirido nessas vivências, pois na época era muito difícil encontrar informações de fácil acesso principalmente relacionado à Musicoterapia ou musicalização para desenvolvimento atípico. Por isso hoje tenho o meu canal no Youtube dedico à isso, chamado Em Cantar Criança, faço cursos para preparar e auxiliar outros profissionais nessa jornada que é tão linda.

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